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J. bras. psiquiatr ; 64(4): 307-310, out.-dez. 2015.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-768267

ABSTRACT

RESUMO A encefalite herpética é uma doença de alta mortalidade que deve ser diagnosticada e tratada rapidamente. Cefaleia, febre e alteração de comportamento compõem a tríade clássica. Há escassos estudos sobre o tema e nenhum a respeito do manejo das manifestações psiquiátricas. O relato de caso se refere a paciente de 35 anos, que manifestou a tríade clássica, sendo diagnosticado e tratado corretamente. Após um mês, apresentou desorganização do comportamento e agitação, sendo reinternado. Foi descartada recidiva e, por sua grave agitação, ele foi transferido à Psiquiatria. Permaneceu internado por 116 dias; nesse período, teve seguidos episódios de agitação e heteroagressividade, sendo restrito ao leito na maior parte do tempo. Apresentou crises epilépticas do tipo parcial complexa, somente realizando eletroencefalograma sob a terapêutica de três anticonvulsivantes, quando pôde colaborar para a realização do exame, com resultado normal. Houve intercorrências infecciosas tratadas, e conseguiu-se estabilização parcial com o uso de seis psicotrópicos em doses elevadas. Na alta, apresentava comportamento desorganizado, déficit de memória, raciocínio fragmentado, construção de conceitos de forma errática, com interpretações delirantes, impulsividade latente, mas sem agressividade. Desafios do caso: internação prolongada pela refratariedade terapêutica, riscos, desgaste físico e emocional para paciente, família e equipe de saúde. O resultado final demonstra a possibilidade de melhora parcial em um caso polimórfico de encefalite herpética.


ABSTRACT Herpes encephalitis is a high-mortality disease that must be quickly diagnosed and treated. Headache, fever and behavioral changes are the classic triad. There are few studies on the topic and none focus specifically on the management of psychiatric manifestations. The case report refers to 35-year-old patient who had those symptoms and was diagnosed and treated properly. One month later he showed disorganized behavior and agitation, and was readmitted. Herpes infection relapse was discarded, and he was transferred to the psychiatric ward, where he remained hospitalized for 116 days. During that time he became more agitated and even aggressive, and at one point began to undergo complex partial seizures. Electroencephalogram results were normal. Partial stabilization required six psychotropic drugs at high doses. At discharge he was no longer aggressive and his behavior was less disorganized, but he had poor memory, fragmented thinking, delusional interpretations, and latent impulsiveness. Case challenges: long-term hospitalization, risks, physical and emotional distress for patients, family, and health professionals. The final results show that an important, albeit partial, improvement may be achieved in a polymorphic case of herpetic encephalitis.

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